“No platform” é o mantra dos
extremistas da esquerda para descrever a atitude adotada contra
partidos/grupos de oposição. O termo vem do tempo em que os
políticos proferiam seus discursos em cima de um palanque quando não
havia os métodos modernos oferecidos pela internet, o debate e os
pronunciamentos na TV.
Ao menos em teoria, a prática do “no
patform” implica nos vários grupos de esquerda trabalhando
ativamente para impedir os “fascistas” qualquer oportunidade de
falar em público. Inúmeras justificativas são dadas pelos adeptos
do “no platform” a respeito de suas ações. Um exemplo típico
disso seria “todos têm o direito de acreditar no que quiser, mas
alguns pontos de vista são tão abjetos que nós devemos impedi-los
de serem externados.” Em outras palavras você pode pensar o que
quiser, mas não pode verbalizar seu pensamento caso não gostemos
dele.
A
tática é reforçada fazendo lobby de várias formas. Na
maioria das vezes isso ocorre na forma de ameaças de protesto e
promessas de publicidade negativa. Enquanto a turminha do “no
platform” nos quer fazer crer em um non
sequitur de que esta é a prova do
poder da democracia, a realidade é que muitas instituições e
organizações cedem à intimidação, simplesmente por temer a
violência e a publicidade ostensiva dos grupos de extrema esquerda.
“No platform” é algo falacioso em todos
os aspectos. É ilógico, moralmente incorreto e impraticável. Eis
aqui o porquê:
1) É escandalosamente hipócrita.
“No platform” é um conceito introduzido
e aplicado por extremistas da esquerda sem qualquer legitimidade
democrática ou competência jurídica. Esses sujeitos cospem na cara
da democracia e decidem em seus coletivos-não-eleitos o que
as pessoas devem ou não ouvir. É desnecessário dizer, que aqueles
proibidos de serem ouvidos são os discordantes da visão política
da extrema esquerda.
Esta prática autoritária é executada
constantemente. Há algo mais hipócrita do que algo vindo de um
grupelho que se diz antifascista?
2) É contraprodutivo.
Ocidentais são criados num abiente
acadêmico e cultural que encoraja o pensamento crítico e o
questionamento da autoridade. Se lhe for dito: “Não se atreva a
ler o resto desse texto!” você terá duas reações prováveis.
Uma delas será “Quem você pensa que é pra me dizer o que eu
posso ou não ler?!” e a outra seria “Uau! O que será que há
nesse texto que eu não posso saber! Deve ser muito bom!”. Você
ficará duas vezes mais propenso a lê-lo.
Quando os coletivos-não-eleitos tentarem
impor a vontade deles aos outros, um número considerável de indivíduos terá a curiosidade estimulada e isso irá desagradar os
extremistas da esquerda.
3) É um retrocesso.
Se permitirmos que a polícia do pensamento
controle o que pode ou não ser discutido, quem poderá dizer que
isso não afetará o nosso desenvolvimento?
4) Instiga a histeria, a mentira e a
corrupção
As mentiras emanam com maior frequência dos
grupos políticos sem opositores que contrabalacem a opinião
pública. Eles acreditam tão piamente no próprio poder que se
tornam arrogantes e desonestos. Há muitos exemplos assim pelo mundo.
5) É desnecessário.
Nós
já temos a única restrição à liberdade de expressão que se faz necessária. Ela é chamada de Direito Consuetudinário. O
Direito Consuetudinário é apolítico (em teoria) e tem evoluído ao
longo de centenas de anos no Ocidente. Como tal, é alheio aos
caprichos de qualquer extremista arrogante, é indiferente ao
pensamento da moda e é democrático. O Direito Consuetudinário
fornece a proteção que precisamos de quem iria incitar os outros a
fazer-nos mal, ou a violar nossos direitos civis. Muitas pessoas
morreram lutando para que o Direito Consuetudinário protegesse a
todos nós, e este jamais será vilipêndiado por uma horda.
Talvez existam muitas
pessoas cínicas acreditando erroneamente que o “no platform” é
a resposta. Eles estão errados, e prestando-se a uma das práticas
mais hipócritas da idade moderna.