Por Andy Goodman
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A palavra-chave é confiança. Quando você domina o seu material e sabe a melhor forma de transmitir o seu conhecimento para a platéia, é fácil relaxar e ser você mesmo. Adquirir presença de palco – isto é, contato visual, controle vocal, domínio de como se movimentar e se portar em cima de um palco – aumenta o seu nível de confiança, portanto é desejável estudar e praticar tudo o que puder até que se torne algo automático.
Contato
Visual:
Contato
visual é uma das ferramentas mais poderosas a disposição do
orador. Usado adequadamente, isso pode lhe ajudar a se conectar com o
público, reaver a atenção das pessoas que ficaram dispersas, e
assegurar que os pontos principais do seu discurso sejam assimilados.
O
segredo é pensar na platéia como um conjunto de indivíduos onde
cada um deseja ter a sensação de que você está falando
diretamente com ele. O contato visual passa essa sensação, e você
quer que o máximo de pessoas possível tenham essa sensação.
Esteja ciente de que um breve olhar de relance é insuficiente. Você
precisa manter o contato visual com cada pessoa até completar uma
sentença ou raciocínio, dando a cada pessoa tempo o suficiente de
ter a sensação de conexão.
Caso
possua dificuldade de olhar desconhecidos nos olhos, comece pelas
pessoas mais simpáticas – aquelas que já estão sorrindo e
balançando a cabeça. Além disso você pode conversar com alguns
dos participantes antes do início da palestra, assim alguns deles já
serão rostos familiares quando você subir ao palco.
Então
se aprimore, olhe para cada pessoa por vez, e mostre o quanto você
está interessado em suas reações. Em troca eles irão demonstrar
um interesse ainda maior pelo que você tem a dizer. Se você estiver contando uma história de
dois minutos, conte-a para dez pessoas diferentes [uma sentença para
cada pessoa]. Ao invés de falar mirando o infinito, fale olhando nos
olhos dos espectadores.
Dispersão
Quando
o contato visual é negligenciado ao público, as pessoas se
sentem livres do constrangimento de estarem sendo observadas. Então
elas estarão liberadas para ler jornal, fazer um cafézinho, mexer
no celular e jogar Candy Crush! Se o orador nunca mantém o contato
visual [o público pensa que não pode ser visto pelo palestrante] ou
estiver ausente [fisicamente] do auditório, a platéia irá relaxar
e começar a fazer palavras cruzadas.
Controle
Vocal:
Assim
como o contato visual, sua voz é uma ferramenta que pode lhe
auxiliar a transmitir significado e a segurar a atenção da platéia.
Um erro grosseiro é pensar que a voz é um instrumento com apenas
duas configurações: “Berrando igual a um bezerro desmamado,”
para ser utilizado quando quiser a atenção do público, e “fala
monótona e cansativa” para quaisquer explicações e observações feitas.
Volume
Amadores
aumentam o volume da voz e batem no podium para conseguir atenção.
Profissionais sabem que isso esgota a paciência da platéia, por
isso eles variam suas técnicas vocais para chamar a atenção do
público.
Velocidade
Desacelerar
e colocar mais ênfase em cada palavra pode chamar a atenção para
certas partes do seu discurso. (pare de falar de uma só vez e você
pode ver as pessoas lhe obsevando atentamente.) Essa pode ser uma
técnica mais poderosa do que aumentar o volume da voz pois é
desnecessário berrar – as palavras se encarregam por si só da
expressividade, e você está servindo-as um pouco mais
deliberadamente apenas para garantir que todos compreendam o ponto
principal.
Aumentar
deliberadamente o ritmo da sua fala deixa o público ciente de que “
essa parte vale a pena escutar, mas não iremos nos alongar nela,”
mas tenha cuidado: Falar rápido demais por muito tempo sem pausar
tempo o suficiente para que o público possa digerir o que foi dito
leva a sobrecarga de informação. Alta velocidade pode ser associada
com o nervosismo, então use o acelerador com cautela.
Tom
Seriedade,
sarcasmo, tédio, alegria – sua voz pode transmitir uma série de
emoções. Mudar o tom de voz pode mudar drásticamente o
significado de suas palavras. Por exemplo, considere a sentença:
“Essa é uma boa ideia.” Dita de certa forma, isso pode
significar, “Finalmente, alguém veio com uma boa sugestão.”
Dita de outra maneira, pode significar, “Essa foi a coisa mais
estúpida que eu já escutei na minha vida.” E falando em um tom
neutro, pode levar o espectador a se indagar o que o palestrante está
pensando ao dizer tal frase. Desde que você deseje que a platéia
saiba precisamente o que você está pensando, tire um momento para
se perguntar se o tom de voz que você usa transmite consistentemente
o significado que quer.
Palestrantes
que mantém o volume, velocidade e tom de voz constantes produzem
uma fala monótona e cansativa que pode levar os espectadores
gradativamente ao sono profundo, ou no mínimo fazer com que procurem
desesperadamente por seus telefones celulares. É justamente a
variação desses ítens [volume, velocidade e tom] que torna um
discurso interessante, e o uso premeditado dessas variações é o
diferencial dos palestrantes talentosos.
Linguagem
Corporal:
Uso do
Podium
O
podium é um bom lugar para fixar o microfone, colocar suas
anotações e um copo de água, mas ele também se torna uma barreira
entre o orador e o espectador. A expressão corporal é um
instrumento poderoso, e o podium diminui o poder de alcance dessa
ferramenta. Então qual seria a finalidade de se esconder atrás de
um podium ou permitir que ele comprometa a sua movimentação pelo
palco? Usar um microfone de lapela ou sem fio pode lhe dar maior
mobilidade pelo palco para falar diretamente com os espectadores,
apontar para itens da projeção visual para uma maior ênfase, e se
comunicar de maneira mais eficaz que o normal.
É
claro que haverá ocasiões em que o tipo de formato do auditório ou
o equipamento de áudio/visual requerem o uso do podium. E mesmo
nessas ocasiões você pode utilizar o seu olhar e a sua voz para
revigorar o seu discurso e atrair o público. Um meio de se fazer
isso é variar entre o uso de gestos sutis e intensos, cujo o
resultado é a projeção de movimento e vigor vindas de trás do
podium. O público começa a lhe observar de outra forma quando você
usa ambos [voz e gestos]. Você pode levantar as mãos ou
simplesmente levantar uma sombrancelha e a platéia irá focar no seu
rosto.
Expressão
Corporal
Existe
uma relação entre como as pessoas se portam no palco e a mensagem
não verbal que elas projetam no público. Para maiores detalhes
clique aqui. A ideia é ajustar sua linguagem corporal ao seu
discurso, fazendo com que ela sirva de fundamento para as suas
palavras e que passe a mensagem não-verbal correta.
Uma
boa prática é identificar a emoção – raiva, empatia,
frustração, esperança, indignação – central do seu discurso. E
uma vez que tenha identificado isso faça as suas colocações
dizendo exatamente o que sente, excluindo eufemismos ou o uso de
linguagem diplomática do seu discurso.
Humor:
As
pessoas adoram rir, logo o humor é uma ferramenta poderosa para um
palestrante. Quando um orador demonstra que possui bom senso de humor
(e está disposto a usá-lo), os espectadores o ouvirão mais atentos
esperando a próxima chance de dar uma boa risada. O humor é um exelente
instrumento para manter a atenção do público, use-o para ilustrar
um ponto importante do seu discurso ao mesmo tempo em que mantém a
platéia entretida.
O
seu tema ou as circunstancias de sua apresentação podem definir os
limites do que é apropriado. Então proceda com cautela. E se você
considera que o uso de humor não combina com você, não se sinta
obrigado a fazer isso só porque leu em algum lugar que o uso de
comédia é tiro e queda em palestras. Caso você seja uma pessoa sem
a veia artística da comédia poupe o público do constrangimento de
ouvir alguma piada sem graça.
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